2 de maio de 2024
Início » 1ª Conferência Internacional da Liberdade

1ª Conferência Internacional da Liberdade

O Instituto Liberal realizou nesta última sexta-feira 03 de junho de 2022, junto com a Rede Liberdade e em parceria com a Money Report, a Gazeta do Povo, a Brasil Paralelo e a Revista Oeste, a 1ª Conferência Internacional da Liberdade. O evento reuniu lideranças nacionais e internacionais de diversos setores, desde intelectuais a ex-chefes de Estado, no WTC Hotel, em São Paulo.

Salim Mattar – Foto: Leco Viana

A abertura do evento foi feita por Salim Mattar, (Presidente do Conselho do Instituto Liberal). Em seguida iniciou-se o primeiro painel com dois ex-presidentes da América Latina: Michel Temer, do Brasil e Maurício Macri, da Argentina. Em uma exposição brilhante, necessário se faz destacar as falas do ex-presidente argentino sobre as incitações populistas e a importância do setor privado:

“O populismo destrói nossa liberdade e possibilidade de futuro. O populismo deseja que todos dependam do governo e de seu poder”. Ex-presidente Maurício Macri.

Reforçando quando questionado sobre as dificuldades de se combater o populismo na Argentina disse que um dos seus maiores reveses são os “ataques sistemáticos à cultura do trabalho”.

Já o ex-presidente Temer deu início ao seu discurso apontando as distinções entre medidas populistas e medidas populares, dando como exemplo o teto de gastos do orçamento público. Ainda explicou que as medidas populistas são aplaudidas hoje e vaiadas amanhã pela sociedade e até mesmo pelo próprio Estado.

Continuou sua explicação falando sobre as medidas populares, comparando com o teto de uma construção. Demonstrou que em um primeiro momento não existe apelo ou força nestas medidas, mas que serão aplaudidas em um momento futuro.

No decorrer de sua fala, o ex-presidente Michel Temer citou que na América Latina ainda é comum ouvir os termos “esquerda” e “direita”, fazendo analogias como se o primeiro fosse a favor das “classes mais humildes e pobres”, e o segundo das “classes mais ricas e empresários”. Mas também deixou claro que esse tipo de perspectiva é falha conforme suas falas: “Pergunte a uma pessoa do Brasil que está passando fome, se ela é de esquerda ou de direita. Ela vai dizer que quer pão”.

Segundo Painel: “Liberdade e Expressão”.

O segundo painel foi composto por Fernando Schuler (cientista político), Leandro Narloch (jornalista) e Hélio Beltrão (Instituto Mises), falando sobre a temática da liberdade de expressão. Iniciando com Hélio Beltrão na forma de um bate-papo sobre a censura do Estado e os ataques que estão sendo desferidos “até mesmo nas pessoas de bom senso”, este afirma que é algo que está se tornando cada vez mais perigoso nos tempos atuais em que vivemos.

Leandro Narloch, em sua vez, citou as minorias e ativistas, trazendo uma análise nas ações desses grupos e das contribuições para os ataques a liberdade de expressão, deixando bem claro que “… são os que mais precisam dela”.

Fenando Schuler, por sua vez, abordou o assuntou sobre o inquérito das Fakes News, assegurando que “deixou de ser um inquérito e passou a ser uma política de estado, de controle da opinião. Tem muita gente com medo no Brasil”.

A Conferência contou com a presença de mulheres em um painel, na sua maioria feminina para falar sobre o judiciário, com Modesto Carvalhosa (jurista), Thaméa Danelon (procuradora da república) e Ludmila Lins Grilo (juíza).

Abordando temas sensíveis como liberdade parlamentar, fazendo uma breve análise do caso do Deputado Federal Daniel Silveira, foro privilegiado, corrupção da linguagem jurídica e o “inquérito do fim do mundo”, nome dado ao inquérito das Fake News. Ainda, ressaltaram o cerceamento da liberdade de expressão dentro do próprio judiciário.

Foto: Leco Viana/Thenews2

Painel sobre as perspectivas da liberdade na América Latina.

Este painel recebeu Axel Kaiser (cientista político, Chile), Glória Alvarez (cientista política, Guatemala) e Roberto Rachewsky (articulista, Brasil) e a socióloga brasileira Marize Shons como mediadora para uma conversa. Os debates foram abertos e todos os participantes falaram sobre as perspectivas e motivos para a esquerda “triunfar” de forma global e não apenas na América Latina.

Na visão de Roberto Rachewsky, o Brasil é um país socialista, no qual os direitos individuais das pessoas que compõem a sociedade não são reconhecidos. Mesmo quando são, acabam sendo atacados pelas mesmas instituições que deveriam defendê-los. Em suas palavras, “temos uma constituição e instituições esquizofrênicas, onde nossos direitos são defendidos e violados ao mesmo tempo”.

Glória Alvarez, por sua vez, fez uma apresentação brilhante sobre o panorama político na América Latina, discorrendo sobre a mentalidade coletiva das nações que a compõem, afirmando que nos inferiorizamos nas questões de liberdade, acreditando que estamos sempre a mercê da Lei, da obediência e do bem comum. Fez uma análise com a ciência política, evidenciando que estamos psicologicamente condicionados a acreditar que somos vítimas e que o indivíduo não tem valor.

Foto: Leco Viana/Thenews2

A conferência foi finalizada com uma palestra do historiador Rainer Zitelmann, falando sobre o capitalismo e o mercado, mostrando por meio de gráficos os malefícios, os fracassos e os genocídios cometidos pelo comunismo.

Rainer Zitelmann falou abertamente sobre a sua “mudança de ideia”, a qual foi determinante na sua vida, dividindo um fato inusitado: em sua adolescência e início da vida adulta Rainer era socialista. “Eu até mesmo fundei uma cédula vermelha na escola”. Mostrando que a mudança foi motivada por conta de estudo e maturidade, no seu entendimento em relação à política.

Foto: Leco Viana/Thenews2

“Eu não acordei da noite para o dia e entendi o capitalismo. Foram 10 anos estudando história e política, fiz dois doutorados, sendo um deles sobre as políticas de Hitler”.

A Conferência Internacional da Liberdade foi um sucesso, sendo prestigiada por diversas personalidades políticas, nacionais e internacionais que debateram temas necessários de forma ampla, dado o atual momento que vivemos, visto que estamos à beira de uma eleição presidencial.

Rainer Zitelmann – Foto: Leco Viana/Thenews2

Creditos: Ariane Ponce / Leco Viana