Fabricantes apostam nas scooters elétricas durante o Festival Interlagos
O mercado brasileiro de motocicletas, historicamente atrativo para grandes fabricantes, vive uma transformação. Tradicionalmente dominado por modelos a combustão, o setor assiste a uma crescente adesão às motocicletas elétricas, impulsionada por inovações tecnológicas, incentivos fiscais e a busca por alternativas sustentáveis.
De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), no primeiro trimestre de 2025 foram licenciadas mais de 3.400 motocicletas elétricas no país — um crescimento de 104,74% em comparação com o mesmo período de 2024.
Entre as marcas que lideram esse novo segmento, destacam-se a Vmoto e a Yamaha. Ambas investem na montagem local de modelos na Zona Franca de Manaus (AM), aproveitando os incentivos fiscais da região. A Vmoto se destaca com marcas como Shineray, Shansu e GCX, enquanto a Yamaha investe na scooter Neo’s, que oferece autonomia superior a 40 km.
Durante a edição 2025 do Festival Interlagos – Motos, as atenções se voltaram às fabricantes chinesas Yadea e Aima. As duas marcas também vêm apostando na montagem local e apresentaram modelos que dispensam a exigência de CNH (Carteira Nacional de Habilitação), com autonomia superior a 50 km e baterias de lítio.






Um dos destaques do estande da Aima foi o modelo Luna Bliss, equipado com motor de 800W, velocidade máxima de 32 km/h e autonomia aproximada de 70 km. A bateria é de lítio, 48V e 26Ah. A fabricante também apresentou versões voltadas ao público sem habilitação e modelos mais robustos, com preços estimados acima de R$ 10 mil.
Entre os modelos da Aima que se destacam no mercado nacional estão a Solo, E390, K-Litio e K-May. A E390, por exemplo, oferece autonomia de 50 km, design compacto e moderno — uma alternativa prática para estudantes e trabalhadores que buscam escapar do transporte público e do trânsito urbano.
Já a Yadea, líder mundial no segmento de veículos elétricos de duas rodas, apresentou uma linha diversificada em seu estande, incluindo modelos autônomos, scooters com carro lateral e opções disponíveis para test drive. O grande destaque foi a scooter urbana Owin, que também dispensa habilitação e será comercializada por R$ 13.900. Com motor de 1.000W, velocidade máxima de 32 km/h, autonomia de 71 km e itens de conveniência e conectividade, o modelo se posiciona como uma escolha atraente para o uso diário.








Para os que buscam mais potência, a Yadea apresentou o modelo Keeness, equipado com motor equivalente a 125cc e potência de 11kW. Ele acelera de 0 a 50 km/h em apenas 3 segundos e atinge velocidade máxima de 100 km/h. A autonomia chega a 129 km, graças à bateria de lítio de 72V e 32Ah — ideal para deslocamentos em grandes centros urbanos como São Paulo.
O segmento de motocicletas elétricas está de olho no mercado brasileiro e deve crescer ainda mais com os investimentos em infraestrutura para mobilidade elétrica e com a consolidação de políticas públicas voltadas à sustentabilidade.
Texto e imagens: Fabricio Bomjardim