Brasil tem oito vitórias por categoria em Le Mans
Ao longo de uma trajetória de quase 90 anos nas 24 Horas de Le Mans, o automobilismo brasileiro deixou sua marca na história da mais famosa corrida de Endurance do planeta. Deste a estreia, em 1935, o país já contou com 35 pilotos na corrida, desde jovens promissores a pilotos consagrados e campeões mundiais. Prova disso é que a maioria é formada por competidores contratados por fábricas e equipes para tentar a vitória, e não por gentleman drivers – pilotos com verba pessoal para bancar uma vaga em equipes subfinanciadas. Este grupo conquistou até hoje oito vezes o primeiro lugar por categoria (veja tabela abaixo) e chegou perto de triunfar na classificação geral em oito oportunidades, quando subiu ao pódio.
Neste sábado (15), a partir das 11h (de Brasília), a famosa corrida francesa dá a largada para a sua 92ª edição e terá entre os inscritos seis brasileiros, três deles tentando a vitória na classificação geral e, por tabela, na categoria principal, a Hypercar. O feito é ainda inédito para o país. A relação traz ainda dois competidores que vão acelerar nas 24 Horas de Le Mans pela primeira vez.
A prova no circuito de La Sarthe, com mais de 13 km de extensão, valerá pela quarta etapa do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC) na temporada 2024 e vai anteceder a disputa da Rolex 6 Horas de São Paulo, marcada para 14 de julho, em Interlagos, com ingressos já à venda.
A escalação brasileira para as 24 Horas de Le Mans em 2024 tem em Daniel Serra seu nome mais vitorioso. O tricampeão da Stock Car Pro Series já triunfou duas vezes na prova pela antiga classe LMGTE-Pro: em 2017, pela Aston Martin; e em 2019, correndo pela Ferrari da equipe italiana AF Corse.
Outro paulista com pódio em Le Mans vai se converter no segundo brasileiro com mais largadas na prova. Segundo colocado na LMGTE-Pro em 2017, correndo com Ford GT, Luiz Felipe ‘Pipo’ Derani disputará as 24 horas mais famosas do mundo pela nona vez, tendo o estreante e compatriota Felipe Drugovich como parceiro de equipe. Com mais esta largada, Pipo ficará atrás em número de participações apenas de Thomas Erdos, que reúne 13 presenças na história da competição e duas vitórias na LMP2 (2005 e 2006).
Quem também debutará em Le Mans é o carioca Nicolas Costa, que vai correr em Le Mans com o McLaren 720S Evo LMGT3 da equipe norte-americana United Autosports. Aos 32 anos, o campeão brasileiro da Porsche Carrera Cup em 2023 fará, quase cinco anos depois, apenas sua segunda corrida de 24 horas na carreira.
Com passagem pela Fórmula 1 e carreira vitoriosa no Endurance, sobretudo no IMSA, Felipe Nasr vai para seu quarto ano em Le Mans. O brasiliense de 31 anos será um dos integrantes da tripulação do Hypercar Porsche 963 #4 da Porsche Penske Motorsport. E na classe LMGT3, Augusto Farfus regressa à prova, encerrando assim um hiato de quatro anos.
Segundo na geral – Desde 1935, com a estreia de Bernardo Souza Dantas, o melhor resultado de um brasileiro na classificação geral nas 24 Horas de Le Mans foi o segundo lugar, com José Carlos Pace (Ferrari, edição de 1973), Raul Boesel (Jaguar, 1991), Lucas Di Grassi (Audi, 2014) e Bruno Senna (protótipo LMP1, 2020). Com três pódios na categoria principal (2013, 2014 e 2016), Di Grassi é o mais bem sucedido.
Três brasileiros vão correr neste sábado com a possibilidade de obter o feito inédito de uma vitória na classificação geral para o Brasil. Além de Pipo Derani e Drugovich, que vão correr juntos com o Cadillac #311 da Whelen Cadillac Racing, Felipe Nasr vai acelerar com o Porsche 963 da Porsche Penske Motorsport.
Brasileiros vencedores por categoria
Ano/Piloto/Categoria
2005 e 2006: Thomas Erdos, LMP2
2008 e 2009: Jaime Melo Jr., GT2
2017 e 2019: Daniel Serra, LMGTE-Pro
2018 e 2019: André Negrão, LMP2
Melhores resultados do Brasil na classificação geral
José Carlos Pace: 2º em 1973 (Ferrari 312PB)
Raul Boesel: 2º em 1991 (Jaguar XJR-12)
Ricardo Zonta: 3º em 2008 (Peugeot 908 HDi)
Lucas Di Grassi: 2º em 2014 (Audi R18 e-tron quattro), 3º em
2013 e 2016 (Audi R18 e-tron quattro)
Bruno Senna: 2º em 2020 (Rebellion R13)
André Negrão: 3º em 2021 (Alpine A480)
Piloto – ano de participação
1 – Bernardo Souza Dantas – 1935
2 – Hermano da Silva Ramos – 1954, 1956 e 1959
3 – Christian Heins – 1959 e 1963
4 – Fritz D’Orey – 1960
5 – José Carlos Pace – 1973
6 – Paulo Gomes – 1978
7 – Marinho Amaral – 1978
8 – Alfredo Guaraná Menezes – 1978
9 – Roberto Moreno – 1984
10 – Raul Boesel – 1987, 1988, 1991
11 – Maurizio Sandro Sala – 1989, 1990, 1991, 1992, 1995, 1996
12 – Antônio Hermann de Azevedo – 1993, 1994, 1995, 1996, 1997
13 – Thomas Erdos – 1995, 1996, 1997, 1999, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011
14 – Nelson Piquet – 1996 e 1997
15 – André Lara Rezende – 1997
16 – Ricardo Zonta – 1998 e 2008
17 – Jaime Melo – 2004, 2007, 2009, 2010, 2011 e 2012
18 – Nelson Piquet Jr. – 2006, 2016 e 2017
19 – Christian Fittipaldi – 2006, 2007 e 2008
20 – Alexandre Negrão – 2008
21 – Bruno Senna – 2009, 2013, 2014, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020
22 – Augusto Farfus – 2010, 2011, 2018, 2019 e 2020
23 – Lucas Di Grassi – 2013, 2014, 2015 e 2016
24 – Fernando Rees – 2014, 2015, 2016 e 2017
25 – Pipo Derani – 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2021, 2022 e 2023
26 – Oswaldo Negri Jr. – 2016 e 2020
27 – Rubens Barrichello – 2017
28 – Tony Kanaan – 2017 e 2018
29 – André Negrão – 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023
30 – Daniel Serra – 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023
31 – Felipe Nasr – 2018, 2021, 2022 e 2023
32 – Rodrigo Baptista – 2019
33 – Felipe Fraga – 2019, 2020, 2021 e 2022
34 – Marcos Gomes – 2020 e 2021
35 – Pietro Fittipaldi – 2022 e 2023